domingo, 5 de dezembro de 2010

A justificativa e plano de aula elaborado para a turma do 1° ano


A justificativa para o plano de aula elaborado para a turma do 1° ano se deu em torno das observações e das participações que tive durante o estágio nessa turma. Percebi que a professora embora tivesse uma postura muito comprometida, sua didática parece ter caído numa “mesmice”, pois, praticamente todos os dias sua metodologia era a mesma. Quando os alunos começavam a copiar o cabeçalho do quadro, já perguntavam: “tia, é ditado”? A turma apresentou um bom desempenho, os alunos, exceto três, já estão todos alfabetizados. Os outros três estão no nível silábico. Daí, o plano de aula foi elaborado buscando-se construir uma outra forma de ensino, a fim de possibilitar aos alunos um aprendizado numa perspectiva lúdica e dinâmica, que favorecesse o entrosamento dos alunos, pois, segundo a perspectiva da ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal), pensada por Vygotsky, as crianças podem ter suas capacidades potencializadas quando recebem ajuda de outros:
“[...] o aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus companheiros”. (1991,p.101)
Outro fator que justificou o plano de aula foi a necessidade que senti de possibilitar àquela turma um aprendizado onde o lúdico fosse possível, pois muitas vezes percebi as crianças desmotivadas, sem estímulo para realizar as tarefas propostas pela professora.
Ainda me apropriando dos conceitos de Vygotsky, gostaria de reforçar a importância do jogo, ou do brincar como forma de aprendizado, tendo claro, objetivos definidos para os propósitos que se quer alcançar, quando ele diz:
“[...] se ignoramos as necessidades da criança e os incentivos que são eficazes para colocá-la em ação, nunca seremos capazes de entender seu avanço de um estágio do desenvolvimento para outro, porque todo avanço está conectado com uma mudança acentuada nas motivações, tendências e incentivos. (1991,p.105)
Sendo assim, os objetivos do plano de aula foram traçados buscando trazer de alguma forma para a turma uma contribuição diferenciada, não tendo portanto a pretensão de desqualificar o trabalho da professora.

Referência:
VYGOTSKY,L.S. Interação entre aprendizagem e desenvolvimento. In:________.
Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991. cap.6 p.  89-103.
VYGOTSKY,L.S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: ________. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991. cap.7 p. 105-118.

Plano de Aula
Tempo estimado – 8 horas, divididas em duas partes de 4 horas cada aula.
Público alvo: alunos do 1°ano.

1° Dia
Objetivos de Aprendizagem
Desenvolver acuidade auditiva e recontar a história
Escrever palavras retiradas do texto e criar outras
Formar palavras a partir das sílabas
Retratar a história através do desenho
Cantar  e memorizar a parlenda
Utilizar estratégias de leitura que permitam descobrir o que está escrito e onde (seleção, antecipação e verificação).
Objetivos de ensino:
Trabalhar com a contação de história para que os alunos escrevam palavras retiradas do conto.
Oportunizar aos alunos formar novas palavras com ajuda de seus companheiros.
Desenvolver competência oral e leitora 
Proporcionar aos alunos momentos de leitura e escrita de maneira lúdica.
Metodologia:
Introduzir a aula com o conto “Os três porquinhos”, em seguida, um breve diálogo com a turma sobre a história. Após, escrever no quadro palavras previamente selecionadas da história, ler com os alunos e pedir para os alunos copiarem no caderno. (50 minutos)
Distribuir as palavras já recortadas em sílabas para que os grupos montem as palavras selecionadas e orientar para que criem novas palavras, pedir que leiam e as escrevam no quadro.(40 minutos)
Pedir que os alunos desenhem a história em seus cadernos, individualmente. (40 minutos)
Após esse momento, fazer uma roda de leitura para que cada aluno tenha oportunidade de ler e recontar a história. (40 minutos)
Utilizar a parlenda para que os alunos possam cantar, ler e escrever de maneira lúdica, , completando as palavras através da “forca”. (40 minutos)
Material necessário:
Um livro de histórias “Os três porquinhos”, envelope com as sílabas retiradas da história, parlenda escrita no papel Kraft, caderno, lápis, borracha e lápis de cor. 

Avaliação:
Perceber se os alunos se interessaram pela história, se conseguiram ler as palavras selecionadas, se conseguiram formar novas palavras com ajuda dos companheiros, como retrataram suas histórias através dos desenhos. Como recontaram suas histórias, lendo ou usando a memória. Verificar se já conheciam a parlenda, se conseguiram identificar as palavras escritas na “forca”, se participaram as atividades propostas com interesse

2° Dia

Objetivos de Aprendizagem
Fazer reflexão crítica sobre a história ouvida
Escrever o nome das frutas
Formar frases com os nomes das frutas
Interagir e se divertir com o jogo

Objetivos de ensino:
Desenvolver acuidade auditiva
Desenvolver competência oral
Desenvolver competência leitora, escrita e matemática através do jogo
Estimular o trabalho em grupo, através do jogo.

Estratégias de ensino:
Ouvir os alunos para saber quais frutas conhecem a fim de introduzir a aula. Escrever as palavras ditas pelo aluno segundo a visão deles, se colocando como escriba. Fazer a correção das palavras coletivamente. Pedir para que os alunos copiem as palavras no caderno. Em seguida, contar a história “A disputa das frutas”, fazendo uma reflexão crítica sobre a história que fala das diferenças entre as frutas. (1 hora e meia)
Pedir para que os alunos façam uma cruzadinha de palavras, escrevendo o nome das frutas e formem frases. (40 minutos)
Realizar o jogo com a turma, elegendo as duplas pela ordem alfabética. Explicar-lhes a regra do jogo: cada dupla receberá uma ficha, e os desafios encontrados no jogo terão que ser feito em dupla, não individualmente. Começa o jogo quem tirar o número mais alto no dado. Um componente da dupla joga o dado e o outro anda com as fichas. O conteúdo do jogo: as crianças precisam ler os enunciados e fazerem as tarefas propostas que são: escrever palavras no quadro e resolver situações de adição e subtração. As duplas que chegarem ao fim do percurso serão premiadas com pirulito.(1 hora)
Material necessário:
História sobre “A disputa das frutas”, cruzadinha elaborada na folha de papel ofício, caderno, lápis, borracha. Para o jogo: pode ser feito em cartolina, elaborar o conteúdo conforme necessidade da turma, um dado e fichas de acordo com o número de participantes, pirulitos enfeitados para todos.

Avaliação:
Analisar como as crianças ditam as palavras, como responderam à história, que conclusões tiraram. Perceber como elaboraram a cruzadinha, quais as dificuldades tiveram, como formaram as frases, como se comportaram no jogo, se participaram com entusiasmo, se entenderam a proposta do jogo e se conseguem trabalhar em dupla.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Minhas Considerações
            A experiência no estágio foi muito relevante para a minha formação acadêmica, pois, pude vivenciar de perto as emoções e os conflitos enfrentados pelos atores envolvidos no sistema escolar. É muito comum ouvir reclamações de muitas pessoas que dizem que na prática as coisas são muito diferentes da teoria, que a realidade é dura e que a faculdade fica no mundo da utopia, pois quando o professor está na sala de aula a realidade é outra. Porém, conforme Maria Teresa Esteban, a vivência no estágio nos permite visualizar “traçados que podem servir para qualquer sala de aula, mas que não podem informar sobre os pequenos atos cotidianos que dão materialidade à prática pedagógica e trazem a singularidade de cada sala, de cada turma, de cada aula, de cada professor/a, de cada aluno/a, de cada relação.” (2002,p.19).
            Estou consciente que o estágio não dá conta de responder a todos os embates, tensões e possibilidades do fazer pedagógico, pois, no estágio a permanência na escola é curta, nosso comprometimento é restrito e o estagiário não tem tempo suficiente para se defrontar com todos os dilemas da escola, mas é um momento fundamental para que o estagiário reveja seu posicionamento diante do curso e reflita sobre qual postura irá tomar caso decida seguir na carreira do magistério.
            Outro ponto fundamental que considero no estágio é o instante em que nos deparamos com a possibilidade de refletir sobre a ação docente e os desafios que se colocam frente ao processo de ensino –aprendizagem, que é a tão falada dualidade entre teoria e prática.
            Acredito que a discussão sobre teoria e prática precisa ser ultrapassada, pois, Esteban nos diz que as teorias orientam a prática e a prática surge das teorias, logo, uma complementa a outra. Libâneo e Pimenta também nos dizem
 que “as transformações das práticas docentes só se efetivam na medida em que o professor amplia sua consciência sobre a própria prática, a da sala de aula e a da escola como um todo, o que pressupõe conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade”. (1999,p.14)
            Um educador consciente de suas responsabilidades irá refletir sobre seu fazer pedagógico e buscará nas teorias embasamento para de maneira crítica rever sua prática,  a fim de desenvolver seu trabalho com eficiência e responsabilidade. Acredito que o professor que critique as teorias ou é por que lhe falta conhecimento ou por que dá trabalho pesquisar, refletir e rever seu posicionamento. Sendo assim, as teorias existem para ajudar os profissionais da educação a desenvolverem seu trabalho de forma mais consistente, eficaz e proveitosa e não para desestabilizar ou desassociar a relação entre teoria e prática, como dizem alguns.
            Dessa forma, o estágio é um período muito oportuno para que o estagiário tenha pelo menos uma noção das implicações que envolvem o fazer pedagógico.

Referências:
LIBÃNEO, José C. e PIMENTA, Selma G. Formação de profissionais da educação: visão crítica e perspectiva de mudança. Educação & Sociedade,vol.20,n68, 1999.
ESTEBAN, Maria T. e ZACCUR, Edwiges (orgs). Professora-pesquisadora – uma práxis em construção. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p11-23.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Justificativa para o Projeto na turma do 5º ano e Plano de Aula

Após ter passado por várias horas observando e co-participando na turma do 5° ano, o presente projeto justifica-se pela necessidade de proporcionar aos alunos dessa turma um espaço no qual seja permitido a expansão das habilidades argumentativas, além de espaço para socialização, coisa que praticamente não acontece naquela turma. Conforme Vygotsky, o desenvolvimento humano se dá a partir das relações sociais que a pessoa estabelece no decorrer da vida. Dessa forma, o processo de ensino-aprendizagem também se constitui dentro de interações que vão desenvolvendo-se nos diversos contextos sociais, logo, a sala de aula deveria ser um lugar privilegiado para sistematização do conhecimento e o professor um articulador na construção do saber que se efetiva no coletivo.
Outro fator que contribuiu para a elaboração do projeto com sua temática – Gêneros Textuais, é a necessidade de proporcionar àquela turma um contato com a leitura e escrita de forma contextualizada, para que os alunos tenham compreensão de por que estudar determinado conteúdo, refletindo de forma crítica, já que o método utilizado pela professora fica numa perspectiva conteudista, desvinculada de um sentido, de uma função social.   
Os referenciais teóricos que direcionaram minha prática pedagógica:
VYGOTSHY, L. S. A Formação Social da Mente. 3ª Ed, São Paulo: Martins Fontes, 1989.
PCNs - Os gêneros como meio de articulação entre as áreas do conhecimento. Acessado em 29/10/2010. http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/importancia-texto-articulacao-areas-conhecimento.htm

Projeto –Gêneros Textuais

Tempo estimado – 8 horas, divididas em duas partes de 4 horas cada aula.
Público alvo: alunos do 5°ano.
Objetivos de Aprendizagem
uIdentificar os diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade, e sua funcionalidade.
uCompreender as características dos gêneros textuais.
uDesenvolver a linguagem oral e escrita através da produção de textos coletivos e individuais*; aprimorar a capacidade argumentativa, tanto oral como escrita.
uSocializar as produções em grupo, além dos textos lidos.
* A produção individual será realizada somente se houver tempo hábil para a confecção da autobiografia, porém, na avaliação do projeto, os alunos farão suas considerações por escrito.
Objetivos de ensino:
u Trabalhar diversidade de gêneros textuais para que os alunos entendam sua função social.
u Ampliar a capacidade argumentativa e senso crítico através da oralidade.
uDesenvolver competência textual.
uProporcionar momentos de socialização na turma.
Metodologia
u Fazer um diagnóstico da turma a fim de verificar o que os alunos sabem sobre os gêneros textuais, através de conversa informal. (20 minutos)
u Em seguida, apresentar alguns gêneros (charge, convite, e-mail, poema etc.) e mostrar as especificidades de cada um. (30 minutos)
uDistribuir diferentes tipos de textos para que sejam vistos, lidos e apreciados pelos alunos em grupos. (30 minutos)
uApresentação dos assuntos lidos e escolhidos individualmente ou em grupo. Logo após, oferecer as opções em que os grupos terão que elaborar seus próprios textos. (30 minutos)
u Os gêneros a serem trabalhados serão, a princípio: carta pessoal, artigo de opinião, poema, comercial e tirinhas. Porém, estes gêneros poderão sofrer alterações conforme o diagnóstico da turma.
uApós os grupos fazerem as escolhas dos gêneros que irão trabalhar (a ordem para escolha dos gêneros deverá ser feita através de sorteio, para democratizar as oportunidades), os alunos realizarão as tarefas e apresentarão para os demais grupos, a fim de que todos participem de todos os gêneros trabalhados. (4  horas)
uPara realização individual, cada aluno deverá fazer sua autobiografia (se houver tempo hábil). Os alunos que desejarem poderão fazer uma exposição de suas histórias, oralmente.

Organização das aulas:
1° dia – Primeiramente, fazer um diagnóstico da turma a fim de verificar o que sabem sobre os gêneros textuais, através de um debate descontraído. Em seguida, apresentar alguns gêneros (carta pessoal, artigo de opinião, poema, receita, e-mail, artigos tirinhas., etc) explicando as estruturas e funcionalidades. Após esta parte, distribuir diferentes tipos de textos para que sejam vistos, lidos e apreciados pelos alunos em grupo. Depois deste momento, os alunos deverão falar suas impressões sobre os textos lidos, comentando o que leram, se gostaram ou não e por quê. (1 hora)

2° momento - Após o contato dos alunos com os materiais, apresentar as opções em que terão que elaborar seus próprios textos, que também serão trabalhados em grupo. Os gêneros a serem trabalhados serão, a princípio: carta pessoal, propagandas, poema, artigo de opinião e tirinhas. Porém, estes gêneros poderão sofrer alterações conforme o diagnóstico da turma. Após os grupos fazerem as escolhas dos gêneros que irão trabalhar (a ordem para escolha dos gêneros deverá ser feita através de sorteio, para democratizar as oportunidades), os alunos iniciarão as tarefas. (3 horas)

2° dia – Retomada do projeto, correção coletiva das produções no quadro e elaboração em cartolina dos gêneros escolhidos pelos grupos. Apresentação dos trabalhos a fim de que todos participem de todos os gêneros trabalhados. Se houver tempo. os alunos farão uma auto biografia, e por fim avaliação escrita da turma sobre o projeto. (4 horas)
             
Material necessário
Revistas, jornais, receitas, poemas, histórias em quadrinhos, cartolinas, hidrocor, lápis,  borracha e régua.

Avaliação
Será durante todo o processo, desde o diagnóstico com a conversa informal até a elaboração das autobiografias*, observando como os alunos participarão no diálogo, como apresentarão os textos lidos, como irão organizar as produções em grupo, como será o entrosamento entre os integrantes dos grupos  e como irão desenvolver a temática proposta no projeto (capacidade de escrita, oralidade e espírito coletivo).
Os alunos também farão uma avaliação do projeto por escrito.