quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Minhas Considerações
            A experiência no estágio foi muito relevante para a minha formação acadêmica, pois, pude vivenciar de perto as emoções e os conflitos enfrentados pelos atores envolvidos no sistema escolar. É muito comum ouvir reclamações de muitas pessoas que dizem que na prática as coisas são muito diferentes da teoria, que a realidade é dura e que a faculdade fica no mundo da utopia, pois quando o professor está na sala de aula a realidade é outra. Porém, conforme Maria Teresa Esteban, a vivência no estágio nos permite visualizar “traçados que podem servir para qualquer sala de aula, mas que não podem informar sobre os pequenos atos cotidianos que dão materialidade à prática pedagógica e trazem a singularidade de cada sala, de cada turma, de cada aula, de cada professor/a, de cada aluno/a, de cada relação.” (2002,p.19).
            Estou consciente que o estágio não dá conta de responder a todos os embates, tensões e possibilidades do fazer pedagógico, pois, no estágio a permanência na escola é curta, nosso comprometimento é restrito e o estagiário não tem tempo suficiente para se defrontar com todos os dilemas da escola, mas é um momento fundamental para que o estagiário reveja seu posicionamento diante do curso e reflita sobre qual postura irá tomar caso decida seguir na carreira do magistério.
            Outro ponto fundamental que considero no estágio é o instante em que nos deparamos com a possibilidade de refletir sobre a ação docente e os desafios que se colocam frente ao processo de ensino –aprendizagem, que é a tão falada dualidade entre teoria e prática.
            Acredito que a discussão sobre teoria e prática precisa ser ultrapassada, pois, Esteban nos diz que as teorias orientam a prática e a prática surge das teorias, logo, uma complementa a outra. Libâneo e Pimenta também nos dizem
 que “as transformações das práticas docentes só se efetivam na medida em que o professor amplia sua consciência sobre a própria prática, a da sala de aula e a da escola como um todo, o que pressupõe conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade”. (1999,p.14)
            Um educador consciente de suas responsabilidades irá refletir sobre seu fazer pedagógico e buscará nas teorias embasamento para de maneira crítica rever sua prática,  a fim de desenvolver seu trabalho com eficiência e responsabilidade. Acredito que o professor que critique as teorias ou é por que lhe falta conhecimento ou por que dá trabalho pesquisar, refletir e rever seu posicionamento. Sendo assim, as teorias existem para ajudar os profissionais da educação a desenvolverem seu trabalho de forma mais consistente, eficaz e proveitosa e não para desestabilizar ou desassociar a relação entre teoria e prática, como dizem alguns.
            Dessa forma, o estágio é um período muito oportuno para que o estagiário tenha pelo menos uma noção das implicações que envolvem o fazer pedagógico.

Referências:
LIBÃNEO, José C. e PIMENTA, Selma G. Formação de profissionais da educação: visão crítica e perspectiva de mudança. Educação & Sociedade,vol.20,n68, 1999.
ESTEBAN, Maria T. e ZACCUR, Edwiges (orgs). Professora-pesquisadora – uma práxis em construção. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p11-23.

Um comentário:

  1. Elaine, realmente podemos verificar que você conseguir atingir plenamente os objetivos de estágio propostos pela disciplina. Acredito que o estágio para você teve um grande signficado, apesar de como você afirmou " o tempo ser pouco", porém você transformou esse tempo em experiências significativas, que se reverteram nos Projetos de Intervenção realizados por você.Parabéns, você fez a diferença!

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