sábado, 6 de novembro de 2010

Relatório do primeiro dia de estágio na turma do 1° ano

21/10/2010                 Quinta-feira                1° ano            


            Hoje iniciei o estágio na turma do 1° ano. A sala é bem pequena, os alunos ficam agrupados em mesinhas com quatro cadeiras, sendo que, a professora organiza a turma de forma que possibilite os alunos copiarem do quadro, então, às vezes fica três crianças numa mesa, duas em outra, de acordo com as possibilidades.
            Estavam na sala dez alunos. Perguntei a professora quantos estão matriculados na turma, ela disse que são quinze alunos. A média de idade da turma é de seis e sete anos, porém, há um aluno autista com onze anos de idade. Há também um aluno que a professora o coloca sentado junto à sua mesa, por que ele demora muito para realizar as atividades. Perguntei se havia alguma razão especial para que ela o colocasse próximo, ela disse que não há nenhuma razão específica, embora já tenha conversado com a mãe do aluno para que levasse ele ao médico para verificar se o aluno apresenta alguma necessidade especial, mas segundo a professora, não há nenhum interesse da família pelo desenvolvimento do mesmo.
            A professora iniciou as atividades passando a seguinte frase:
“O coelho come alface”, depois colocou a família silábica al – el – il – ol – ul e em seguida leu a frase para os alunos, convidando-os a lerem junto com ela a família. As crianças leram, sem aparentar nenhuma dificuldade.  
            Após este momento, passou a seguinte  atividade:
1)      Leia e numere:
talco                                             azul
pulga                                            algo
alga                                              faltou
palco                                            alto
funil                                             carretel
anel                                              farol

Enquanto alguns alunos copiavam essas palavras, outros dois foram chamados à mesa da professora para que ela tomasse a lição das vogais, pois, esses dois, não acompanham o mesmo ritmo da turma. Eles conseguiram ler e identificar cada vogal. Enquanto isto, o aluno que fica junto à mesa da professora, aparentava dificuldades em copiar os exercícios. Por várias vezes a professora chamou sua atenção, por que a todo momento o aluno se distrai, olhando para trás, para o alto e não copia as atividades. A professora às vezes parece cansada em ter que ficar chamando a atenção do aluno toda hora, a fim de que ele se concentre naquilo que deveria estar fazendo.  O menino reage fazendo muxoxo, e por vezes apresenta os olhos cheios de lágrimas.
      Ao meio dia as crianças saíram para o recreio, e dirigiram-se direto para o refeitório, que fica em frente  à sala onde estudam.  Quinze minutos após, terminou o recreio. A professora retomou as atividades pedindo que os alunos numerassem as palavras que já tinham sido copiadas, deixando duas palavras em branco para que elas identificassem quais seriam as palavras. Algumas crianças fizeram confusão com a ordem do ditado, pois, a professora não ditou os números seguindo a ordem das palavras e sim aleatoriamente e outras conseguiram identificar corretamente as palavras que não foram numeradas.  
      Então, depois de ditar os números, chamou os alunos para que levassem o caderno a fim de verificar se fizeram corretamente, depois, foi ao quadro, circulou as duas palavras que não foram numeradas e leu para os alunos.
      Após este momento, passou esta atividade para que as  crianças fizessem:
2)      Leia e desenhe:
A pulga pulou no cachorro.
Papai deu um anel para a mamãe.
      Desta forma, as crianças deviam ler as frases e fazer um desenho referente ao assunto. As crianças apresentaram bastante dificuldade para juntar as sílabas e formar as palavras, sem contar que aparentavam estar com muita preguiça, pois, estavam dispersas, conversando, olhando para os lados, como se aquela tarefa não estivesse significando coisa algumas para elas. Enquanto isto, o aluno que senta-se junto a professora, estava a todo instante sendo repreendido pela mesma, e em determinado momento a professora o exortou dizendo: “Apague isso direito! Se não vou  passar tanto dever que sua mão vai inchar! Quer ir para a secretaria de castigo?” Isso por que o aluno estava irritado, tendo que apagar toda hora o que tinha escrito por que estava errado.
Depois de muitas tentativas – pois, a todo instante se levantavam indo em direção à professora para conseguirem ler o que estava escrito, alguns alunos conseguiram terminar o exercício. Então, aos que conseguiam terminar, a professora deu um pequeno desenho de um porco, para que eles recortassem a figura em quatro partes, seguindo o tracejado e colassem a figura no caderno. Após fazer isto, deviam também formar uma frase sobre o desenho.
Enquanto isto, um aluno aparentemente bem desenvolvido, insistia com a professora que não queria ler, e a professora disse que o conhecia muito bem, que ele era capaz e que se insistisse em não fazer o dever, iria ler sozinho na sala dos professores. O aluno continuou insistindo, dizendo que não conseguia ler, então, a professora o mandou para a sala dos professores, ele então disse que iria ler, mas a professora falou que era tarde. Chegando lá, rapidamente voltou para a sala onde estava a turma, pois, a coordenadora disse que ele havia lido tudo certinho e bem rápido. A professora disse que o conhecia, e por isso o mandou para lá.
Enquanto isto, outros ainda se esforçavam em fazer a atividade - o aluno com autismo ganhou o desenho do porco para recortar. Segurou a figura por alguns minutos tentando recortar, porém, não conseguiu. Os alunos que estavam próximo dele tentavam ajudá-lo, mas a professora disse que deixassem tentar sozinho um pouco mais a fim de ganhar autonomia.
Depois de aproximadamente duas horas, os alunos conseguiram concluir a atividade número dois, e conforme iam terminando, a professora distribuía uma folhinha com alguns desenhos a fim de que identificasse a figura e escrevessem seus nomes ao lado, e depois podiam pintar. Enquanto isto, o aluno autista continua tentando solucionar a atividade, desta vez, segurando o tubo de colas em suas mãos  como se quisesse colar, embora não tivesse recortado a figura.
            O aluno que está junto à mesa da professora, continua disperso e sempre sendo despertado por ela, que o chama sempre, quase que de minuto em minuto. Ele parece bem irritado, quebra o lápis dizendo que não consegue fazer o dever, porém, a professora não parece se comover com suas reclamações.
            Passado algum tempo, a professora vendo que o aluno autista não consegue realizar a atividade sozinho, pede que um aluno o ajude, porém já se aproximou o horário da saída, a professora pediu que quem já tivesse terminado guardasse o material, apressou os que ainda não tinham terminado, pediu que também guardassem, convidou-os para fazerem uma oração de agradecimento e foi liberando um aluno por vez a fim de aguardarem no pátio o horário da saída.
Segue abaixo algumas fotos da sala.




















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