terça-feira, 2 de novembro de 2010

Relatório sobre o primeiro dia de estágio supervisionado II na sala de aula

Segunda-feira                       13/09/2010                 1° dia              5° Ano
            Hoje, eu deveria ter começado o estágio na turma do 1° ano, porém a professora faltou por motivo de enfermidade. Desta forma, algumas crianças foram dispensadas, outras, por não haver meios de mandá-las de volta para casa, ficaram na escola, aguardando o horário da saída.
            Então, fui orientada pela coordenadora que ficasse em uma das turmas do 5° ano, já que eu havia escolhido estas duas turmas paras realizar o estágio. Ao chegar à sala por volta das 11:20 horas e vinte minutos, fui recebida pela professora que me saudou e me apresentou à turma.  A disciplina a ser trabalhada era Língua Portuguesa e  para introduzir a aula a professora disse “vamos começar a revisão para a prova de Português”.
            Quando ouvi esta frase, imediatamente lembrei-me do P.P.P. da escola cuja  filosofia da mesma dizia acreditar que a avaliação “não é apenas medir os conceitos percebidos pelo aluno para determinados conhecimentos”... Ou seja, o posicionamento da professora ante a turma, pareceu contrariar toda a perspectiva de avaliação que a escola diz acreditar, pois, deu a entender que os conteúdos trabalhados na revisão seriam decisivos para determinar o “sucesso” ou não dos alunos na prova. Tanto que em determinado momento, a professora citou o nome de quatro alunos diante da turma e disse que tomassem cuidado, pois, estavam com muitas notas vermelhas.
            A preocupação da professora com as notas e conteúdos para a prova me deu a impressão de que sua concepção de ensino não se baseia num conceito de “avaliação formativa”, mas sim numa concepção segregadora e classificatória que não considera o processo de ensino aprendizagem, mas se volta apenas para obter um resultado final. Conforme  HOFFMANN, a avaliação mediadora pretende:
                                                   “(...) opor-se ao modelo do “transmitir-verificar-registrar e evoluir no sentido de uma avaliação reflexiva e desafiadora do educador em termos de contribuir, elucidar, favorecer a troca de idéias entre e com seus alunos, num movimento de superação do saber transmitido a uma produção de saber enriquecido” (...) (1998 p.51)
           
            Mesmo quando estão conversando sobre a matéria, a professora coíbe os alunos asperamente, não permitindo a menor socialização. Consigo perceber sobre o que eles falam, pois, fico sentada ao fundo da sala, então, ouço a conversa deles com maior facilidade. Embora tenha tido minhas impressões sobre a professora, vou prosseguir na descrição da turma e da aula, pois, é meu primeiro dia no estágio e pode ser que eu esteja fazendo um julgamento precipitado.
            Havia vinte e seis alunos, sendo nove meninos e dezessete meninas, sentados enfileirados em quatro colunas, num espaço suficiente apenas para o trânsito nos corredores entre uma fileira de cadeira e outra.
 A impressão que tive é que os alunos têm medo da professora, pois, ao menor sinal de conversa são repreendidos com voz firme e imperativa. Por outro lado, a professora consegue manter a ordem na classe, sem ter que ficar gritando o tempo todo com os alunos.
            Os exercícios propostos pela professora foram:
1) Circular o sujeito nas frases
2) Escrever o sujeito e o predicado
3) Transformar frases negativas em positivas
4) Classificar os advérbios das frases
            Os alunos após copiarem, tiveram tempo para responder. Depois, de aproximadamente uma hora e quarenta minutos, a professora chamou de um em um aluno à sua mesa para verificar quem havia realizado a tarefa. Enquanto supervisionava os cadernos, alguns alunos se distraíam com diários, desenhos e coisas semelhantes, a professora então os repreendia, ordenando que guardassem o que estavam vendo, e se sentassem corretamente na cadeira, virados pra frente.
            Depois de haver chamado todos os alunos à sua mesa, fez a correção dos exercícios no quadro de giz, perguntando aos alunos sobre os exercícios e aguardando que respondessem. Uma das alunas respondeu incorretamente, então, a professora repetiu a pergunta em tom de voz cada vez mais alto até que os alunos respondessem de forma adequada. Em seguida, ordenou àquela aluna que havia respondido incorretamente que fosse ao quadro colocar a resposta certa, no exercício relativo aos advérbios. A aluna conseguiu fazer e pode sentar-se.
Após este momento, a professora passou exercícios de conjugação verbal e disse para os alunos que eles deveriam realizar a tarefa com base em uma folha de verbos que ela havia dado para a turma em dias anteriores. Os alunos copiaram o exercício do quadro, começaram a fazer, mas chegou a hora do recreio.
Durante o recreio, a escola oferece almoço aos alunos, mas a maior parte deles prefere ficar conversando ou lanchando com alimentos que eles trazem de casa. Na maioria das vezes eles consomem salgadinhos amarelos industrializados e como bebida, guaraná natural.
 A turma apresenta certa diversidade em relação à faixa etária, com alunos que vão de dez a catorze anos aproximadamente. Porém, embora haja esta oscilação em relação à idade deles, aparentam se relacionar de maneira amistosa.
De volta à sala, tendo o recreio durado em média quinze minutos, os alunos retomaram os exercícios de conjugação verbal. Os alunos que tinham a folha referente aos verbos entregue pela professora anteriormente, aparentavam maior tranqüilidade para realizar o exercício, já os que não possuíam, aparentavam dificuldades em realizar a tarefa. O verbo a ser conjugado era o verbo amar no presente do indicativo, futuro do subjuntivo e no afirmativo imperativo.
A professora deu um espaço de aproximadamente uma hora para que eles realizassem o exercício, depois fez a correção no quadro, sempre fazendo perguntas à turma, e aumentando o tom de voz quando a resposta dada não é o resultado esperado. Quando percebe que um aluno em especial vacilou na resposta, pede para que ele vá ao quadro e coloque a resposta correta. Uma aluna pediu para ir ao quadro, porém a mesma havia dito um tempo antes não estar se sentindo muito bem, a professora então, indagou-a dizendo:
- “Você está agüentando?”
A aluna respondeu meneando a cabeça positivamente, porém, a professora ignorou o pedido da mesma e permitiu que outra pessoa fosse ao quadro colocar a resposta.
Após a correção do exercício, a professora indagou aos alunos acerca de alguns instrumentos que eles precisariam para realizar a atividade de matemática que seria trabalhada no dia seguinte. Os materiais aos quais se referia eram régua e transferidor, porém, grande parte da turma havia dito não possuir, alguns alunos inclusive pareciam desconhecer o instrumento, pois ouvi quando um deles perguntou ao colega que estava ao lado, “transferidor, o que é isso”? Outros diziam que possuíam, mas não sabiam usar, porém, estes comentários eram ditos entre si. A professora então disse que era bom que eles providenciassem os equipamentos, pois, seriam utilizados na prova.
Depois de interrogá-los sobre estas coisas, a professora disse que daria um ditado de texto. Os alunos reagiram negativamente, demonstrando desinteresse em realizar a atividade. Começou então a ditar, porém, já estava próximo o horário da saída, então, ordenou que guardassem o material, mandou que uma aluna entregasse as cartei rinhas e tocou o sinal.


Referência Bibliográfica:
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré- escola  À universidade. 14ª ed. Porto Alegre: Mediação, 1998.



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