terça-feira, 2 de novembro de 2010

Relatório do sétimo dia

Quarta-feira             06/10/2010                  7ª aula                        5° ano
                             
         
          Há 27 alunos na sala, organizados como de costume, enfileirados. A disciplina a ser trabalhada é matemática. A professora disse que iria passar uns exercícios de fixação. O conteúdo é sobre frações. O primeiro exercício é para que os alunos completem o que se pede -  os alunos deveriam preencher os espaços, ver em quantas partes a fração estava dividida, quantas partes  estavam pintadas e como representá-las. Exemplo:

1-   Complete:


                 4 partes iguais
                 ----- partes coloridas
               Fração --------

O segundo exercício era para os alunos ligarem a fração à forma como se lê:
2 – Ligue certo:
3/10                                                                um quatorze avos
2/100                                                             doze décimos
1/14                                                               onze milésimos
12/10                                                             três décimos
11/1000                                                         dois centésimos
O terceiro exercício era resolução de problemas, conforme descrito abaixo.
3 – Resolva os problemas:
a)      José comprou seu computador. Pagou em 6 parcelas de R$ 197,00 cada. Quanto custou o computador?

b)     Moisés ganhou 2642 bolas de gude, perdeu a metade dessa quantidade para Jorge e Jorge quer ganhar três vezes a mais a quantia de gudes que Moisés ganhou.Com quantas bolas de gude ele ficará?

c)      Júlia e Alice conseguiram colecionar 15376 figuras e querem dividir com 4 colegas. Com quantas figuras cada uma ficará? 
                            Após aproximadamente meia hora, a professora levantou-se e circulou entre os alunos para verificar os cadernos, a fim de ver se os alunos haviam feito ou não os exercícios. Após a verificação, foi ao quadro perguntando primeiro o que significava o desenho – alguns alunos responderam: fração. Então a professora perguntava quantas partes eram iguais, quantas estavam pintadas, como se lia e escrevia a fração. Quando a professora iniciou a explicação alguns alunos ainda estavam copiando os exercícios, outros ainda estavam tentando resolver, porém, a professora prosseguiu na correção, colocando as respostas no quadro, daí, os alunos que ainda não haviam feito, copiaram as respostas sem fazer nenhuma reflexão sobre os exercícios.
                            Na resolução do problema “b”, a professora pergunta: “Quantas contas faremos aqui?” Os alunos responderam “duas”. A professora pergunta: É junto ou separado? “Separado”, respondem.
                            Após ter dado esta explicação, a professora esperou por um tempo para que os alunos fizessem as atividades. Durante este período, entrou na sala a O.P. e parabenizou os alunos pelos trabalhos que haviam realizado sobre a violência infantil. A professora ressaltou a importância de realizarem os trabalhos, dizendo que seriam levados para uma exposição na Secretaria Municipal de Educação de Belford Roxo.
                            Depois de aproximadamente quinze minutos, a professora foi ao quadro, orientando os alunos para que fizessem as contas de dividir no modo indireto, a fim de não errarem na resolução. Ás 13 horas e 12 minutos a professora terminou a correção dos exercícios no quadro. A maior dificuldade dos alunos foi na organização das contas, pois, não sabem onde colocar os números que estão sendo divididos, e na interpretação dos problemas,  por que boa parte deles ainda não sabem sequer a tabuada.
                            Conforme orientava alguns alunos, percebi que muitos deles tinham dificuldades em solucionar os problemas por que não entendiam como funciona a tabuada. Uma das alunas me disse, “minha mãe fala pra mim estudar tabuada, mas eu não gosto, não consigo”. Tentei esclarecê-la que ela não precisa decorar, e sem compreender como se faz, por exemplo, a multiplicação de um número. Então eu disse: - Se você quiser descobrir quanto é 3 x 7, por exemplo, é só você somar o 7 três vezes, aí, ficará mais fácil chegar ao resultado ao invés de ficar tentando adivinhar.
                            Pude perceber na fala dessa aluna, que os exercícios apresentados pela professora, estavam sendo passados de maneira mecanizada, os alunos não estavam refletindo sobre as questões, estavam simplesmente tentando cumprir as exigências da disciplina.  Sobre essa questão, (CARRAHER e SCHILIEMANN,1995) irão nos dizer que torna-se necessário uma mudança na maneira de ensinar. Não é que os saberes oferecidos pela escola sejam inconsistentes, mas é preciso que se alie neste processo o conhecimento prévio do aluno à sistematização do ensino escolar, a fim de que os instrumentos utilizados pela escola não se tornem abstratos ao entendimento dos alunos.
                            Passado este momento, os alunos se retiraram às  13 horas e 15 minutos para o recreio -  hoje o recreio atrasou, e  15 minutos depois retornaram. Quando retornaram, a professora tomou o nome dos alunos que não fizeram uma pesquisa que ela havia solicitado sobre a saúde, perguntei aos alunos que trabalho seria e eles disseram que era uma entrevista que deveriam fazer com algum parente sobre a saúde, se haviam contraído doenças, quais doenças, etc.
                            Após este momento, a professora entregou a cada aluno um pedaço de papel quadriculado, para que eles criassem figuras, desenhassem objetos, enfim, usassem a criatividade. Os alunos gostaram da atividade, alguns desenharam casas, blusas, carros, figuras geométricas, enfim, ficando livres para desenharem o que quisessem. Este momento seguiu-se até o horário da saída, às 14 horas e 40 minutos.

Referência Bibliográfica:
CARRAHER,T.,CARRAHER,D. e SCHLIEMANN,A. Cultura aritmética e modelos matemáticos. In:____. Na vida dez, na escola zero. São Paulo: Cortez, 1995. Cap.8 p.143-182.

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